A dimensão do fenómeno da bola poderia explicar-se de várias formas, e nenhuma seria a melhor. Contudo, o que se está a passar aqui ao lado, é uma boa metáfora da prioridade que o futebol encarna na actualidade de um país. A Espanha, que vive uma crise sem precedentes, com taxas de desemprego em níveis tão altos que qualquer dia ainda vão passar a anunciar, no seu lugar, a taxa de emprego, e com um pacote de medidas de austeridade à porta, tendo já resultado em várias e sérias manifestações, debate-se esta semana com a tristeza de Cristiano Ronaldo. A comunicação social vive na corda bamba de saber qual o motivo da infelicidade profissional de um tipo que ganha mais num ano, que todos os funcionários da manutenção do Estádio Santiago Bernabeu durante a vida inteira. A infelicidade dele, não sendo pessoal (como o mesmo adiantou), e estando a monetária de parte (porque a sê-lo seria lamentavelmente vergonhoso que viesse a público lamuriar-se), tem 5 letras...